A imagem faz parte do projeto ‘Linguagem Primária’, que propõe explorar o papel cultural das mãos, inclusive em sua produção artística.
Atualmente, a tecnologia parece ter se tornado uma extensão do corpo humano em diferentes sentidos. Mas, se retirarmos esse recurso, passaríamos a ver as mãos como um membro incompleto, que precisa sempre de uma ferramenta externa para cumprir seu propósito?
E, ainda dentro da produção artística: ao retirar o fator mecânico, não estaríamos diante da forma mais pura de criatividade e uma representação da democratização da produção artística?
Essas questões em torno das mãos são exploradas por meio da análise de suas características físicas em diferentes pessoas e contextos.
Mais do que o resultado final, o foco está nessa “ferramenta humana” que cria cultura, carrega história e, em suas marcas, guarda experiência. Colocando em prova a hipótese de que as mãos seriam o meio mais básico e democrático da experiência criativa.
Hannah Prado é diretora de arte e artista visual multidisciplinar. Sua pesquisa parte das tensões entre corpo, cidade e tecnologia, investigando como o olhar humano resiste em meio a sistemas automatizados e paisagens digitais. Guiada pela experimentação e pela colaboração, transita entre pintura, colagem digital ou vídeo, criando composições que exploram sobreposições visuais, ruídos sensoriais e camadas simbólicas.
Seu processo começa no traço: no gesto direto da mão sobre o papel, o muro ou a tela; e se deixa contaminar pelo som, pelo corpo em movimento, pela cidade viva. Cada obra carrega camadas digitais, analógicas e simbólicas, refletindo as contradições que nos habitam. Trabalha com o que ainda floresce em meio ao ruído.
Seus projetos já ocuparam muros, painéis e papéis em Barcelona, Chile, Colômbia e Brasil, e hoje desenvolve pesquisas nas áreas de semiótica, cultura latino-americana e música, com especializações em Criatividade, Design, Arte Urbana e Ilustração.